Recentemente, no programa Redação SporTV, a respeito da apresentação do livro Vasco: o clube do povo – uma polêmica com o flamenguismo (1923-1958) realizada pelo repórter Marcelo Barreto, o historiador Luís Antonio Simas afirmou que “a história do Vasco deveria ser ensinada nas escolas públicas”, pelo seu pioneirismo em atitudes políticas e sociais que, até então, não eram tomadas no Brasil.
De facto, o Vasco era, nos idos dos anos 1920, o clube mais popular do Rio de Janeiro.
Como e quando o Vasco da Gama perdeu a marca de “clube mais popular”? Por quais métodos essa etiqueta foi transferida para o arquirrival?
É o que este Vasco: o clube do povo – uma polêmica com o flamenguismo (1923-1958), de Leandro Tavares Fontes, lançado pela LivrosdeFutebol, pretendeu analisar neste livro, que vai deliciar os adeptos de futebol, assim como os apostadores que habitualmente utilizam os melhores sites de apostas, disponíveis em https://apostasonline24.net/.
O que aconteceu, e continua acontecendo, é que a História do Futebol brasileiro foi hegemonizada por uma narrativa flamenga — conforme o livro vai comprovar com farta documentação —, que busca narrar as vantagens das quais o adversário se beneficiou e beneficia, mesmo quando os fatos demonstram que não tem vantagem alguma.
A obra comprova que há uma narrativa que não resolve a equação. A chave para chegar ao resultado da investigação é a imprensa carioca — ou parte hegemónica dela.
No decorrer do livro, o autor tenciona provar que o Vasco construiu a sua trajetória naturalmente, baseado em feitos históricos, combinados com grandes resultados desportivos, ao pioneirismo e altivez do seu poderoso quadro social, balizado na igualdade e na democracia.
Já o arquirrival Flamengo, clube oriundo da elite, a partir da segunda metade dos anos 1930, combinou o seu desempenho desportivo com um projeto de marketing, amplamente difundido pelos canais hegemónicos da mídia desportiva carioca da época.
Essa orientação, que ganhou força nos anos 1940 e consolidou-se nos anos 1950, apresenta um conjunto de elementos e episódios para justificar a propagação mitológica de um clube-nação, numa época onde a palavra-chave no Brasil era Estado Nacional. Para isso, foi preciso tirar o smoking do clube da Zona Sul e, em seguida, estrategicamente, vesti-lo com os trajes do povo brasileiro.
Nessa forçada mudança de vestuário, muitas fábulas e distorções foram produzidas e divulgadas como verdades absolutas, apresentando um clube elitista como se fosse popular.

Vasco da Gama: uma História grandiosa
Entre a História original e a mitificação de uma História, existe uma enorme diferença. E o Vasco da Gama é o legítimo representante da História original. Essa constatação não acontece somente pela Resposta Histórica — um fato histórico inédito no futebol brasileiro e do qual o Vasco muito se orgulha — ou pela liderança numérica da sua falange de adeptos.
Muito mais do que isso, também se deu pela comunhão de fatores que moldaram o Vasco com a sua forma autêntica, democrática e de massas.
Vasco: o clube do povo – uma polêmica com o flamenguismo (1923-1958) é um estudo comparado, com rigoroso critério de pesquisa, que refaz a linha de construção e popularização do Club de Regatas Vasco da Gama, e que tem como ponto simultâneo de debate a trajetória de seu maior rival, no recorte temporal 1923–1958.
O método comparativo é crucial, uma vez que uma das propostas do livro é desmitificar episódios e narrativas que, até então, vêm sendo naturalizadas e reproduzidas sem crítica. Esse desafio obedece a um objetivo investigativo, anunciado logo nas primeiras linhas da obra, traduzido pelos principais questionamentos.
Tendo como eixo central uma parte da fabulosa história do Club de Regatas Vasco da Gama, buscamos apresentar ao leitor uma investigação que remete ao que o sociólogo Herbert de Souza — o Betinho —, afirmou:
— Existe uma forma de se fazer História; e outra, de se contar a História.
Da intuição à conclusão, a frase de Betinho ajuda a sintetizar o objetivo deste livro: o de promover um ajuste de contas com a narrativa hegemónica do futebol brasileiro.

Quem é o autor Leandro Tavares Fontes?
Leandro Tavares Fontes é vascaíno, carioca, professor de Geografia e pesquisador do futebol carioca. É sócio-proprietário do Club de Regatas Vasco da Gama e torcedor de arquibancada, desde 1993.
A sua primeira pesquisa foi A evolução espacial do Club de Regatas Vasco da Gama no Rio de Janeiro: da identidade luso-brasileira ao bairro (2015), ponto de partida para a idealização deste seu livro de estreia, intitulado Vasco: o clube do povo – uma polêmica com o flamenguismo (1923-1958).
NOTA: Este artigo foi publicado originalmente no Blog Mundo de Livros com o título Vasco da Gama: por que razão perdeu o título de clube do povo?






“A fabulosa história do Vasco”. Quando vemos as narrativas de Contos, tão utilizadas em textos descritivos das histórias dos clubes, já se faz necessária uma observação cuidadosa. Após os meus estudos das histórias dos clubes concluí que há uma propensão na maioria dos textos pesquisados a o estabelecimento de tradições inventadas produzidas e reproduzidas por meio de Contos, Mitos e pesados processos de estereotipagens.
E isso ocorre nas narrativas de que descrevem a história de todos os clubes quw pesquisei, inclusive os textos referentes ao Vasco da Gama.
É fato quw o Vasco da Gama, vindo de divisões inferiores e subindo divisões com ajudas policas,percebeu e assimilou melhor o fenômeno dos Footballers oriundos das camadas mais pobres.
Como também é um fato histórico em quw o Vasco da Gama nos anos 30, defendeu junto com o Botafogo FC de Rivadavia Meyer, o Amadorismo de viés elitista.
O Elitismo, o classismo e o racismo foram uma realidade que permeou todos os grandes clubes. Está é a verdade.
Após as minhas pesquisas, concluí que a partir de 1936 um processo midiatico e imagético tem início pelas mãos de um conhecido jornalista e flamenguista, falo de Mário Filho.
Chamo este processo midiatico de: ” Metamorfose Imagética Exógena ” levada a efeito pelos detentores da mídia esportiva a partir de 1936, com a produção e reprodução de tradições inventadas por meio Mitos, Contos e pesados processos de estereotipagens.
Com o fito da transformação ou metamorfose da imagem do CR do Flamengo. Antes Aristocrático,agora popular.
O que de fato veio a criar um falso imaginário, a saber: O popular.
Não li o livro acima citado mas louvo a iniciativa da análise histórica-científica. Isso é sempre muito bem vindo para melhorar a reflexão.
Mas para um leitor, eu sempre aconselho a ter sempre prudência com o quê se lê, sempre questionar o autor.
Um grande abraço a todos!