Reebok: uma marca centenária que evoluiu para regressar às origens
A história da Reebok é centenária, o que por si só explica o peso desta marca desportiva no mercado atual. É essa história que contamos neste post.
A história da Reebok é centenária, o que por si só explica o peso desta marca desportiva no mercado atual. Ao longo dos próximos parágrafos, é exatamente sobre esta marca e a sua história que vamos falar.
Estamos em 1890, nos subúrbios da cidade de Bolton, em Inglaterra, quando o jovem Joseph William Foster, membro do clube atlético British Bolton Primrose Harries, começa a formular uma ideia para se tornar mais rápido nas pistas de atletismo. Tendo dificuldade em ultrapassar outros corredores, decidiu martelar pregos feitos por ele mesmo na sola do seu calçado para melhorar o seu desempenho.
O sucesso da sua ideia levou-o mais além. Porque não formar uma empresa e comercializar o seu calçado preparado propositadamente para atletismo? Em 1895 abre então a J.W. Foster and Sons, com produção própria de calçado para atletismo. O modelo Foster Deluxe Spike foi durante 50 anos líder na categoria, causando uma revolução em relação à tecnologia usada na fabricação de calçados desportivos. Não demorou muito para conquistar uma clientela internacional de elite.
Desde então que a Reebok continuou a revolucionar a indústria de calçados desportivos, inventando outros produtos como o “Running Pump” que foi apresentado em 1909. Nas olimpíadas de 1924, atletas já calçavam os ténis feitos por Foster. No entanto, foi apenas em 1958, quando a empresa passou para as mãos dos seus filhos, James e John, e dos seus netos, Jeffrey e Joseph, que surgiu a marca Reebok. O nome foi inspirado numa espécie de antílope africano muito veloz chamado Rhebok (que significa literalmente antílope no idioma africâner).
Em 1979, Paul Fireman, um grande distribuidor de produtos desportivos, apresentou os ténis Reebok numa Feira Internacional de Desportos. Aí, negoceia a licença e distribuição do produto para os Estados Unidos para que, nesse mesmo ano, os três modelos sejam introduzidos no mercado americano ao preço de 60 dólares. Era, então, o calçado desportivo mais caro do mercado.
Em 1981, com as vendas a exceder os 1.5 milhões de dólares, a empresa começou a dar o grande passo para o reconhecimento mundial da marca ao lançar, em 1982, o primeiro ténis atlético feminino, especialmente desenvolvido para a prática da ginástica aeróbica, chamado Freestyle – conhecido atualmente como Classic – que se tornou o ténis feminino mais vendido do mundo.
Com este produto a Reebok antecipou e encorajou três tendências de peso que transformaram a indústria de calçados desportivos: o exercício aeróbico, o fluxo das mulheres na prática desportiva e o fabrico e aceitação do calçado desportivo adequadamente desenhado para adultos, tanto para uso na rua como “casual”.
Reebok: expansão, mudanças e regresso às origens
Em 1984, Paul Fireman comprou a empresa da família Foster. Nesta década a Reebok começou sua expansão internacional com a distribuição dos seus produtos na Dinamarca (1984), França (1984), Itália (1986), Suíça (1986), Suécia (1986), Alemanha (1987), Espanha (1987) e Portugal (1987).
Através de ofertas públicas de ações no final desta década, a Reebok captou aproximadamente 160 milhões de dólares em capital, possibilitando a diversificação da sua linha de produtos através da aquisição de outras empresas de calçados, como por exemplo, a Rockport (uma das empresas mais importantes em design de ténis casuais de alto conforto para caminhadas), Frye, Avia e a italiana Ellesse (fabricante de calçados e roupas desportivas com preços elevados).
Em 1992, a Reebok iniciou uma mudança da sua imagem, antes voltada somente para a prática da ginástica e exercícios físicos, lançando linhas específicas para o futebol americano, futebol, basebol, basquete, track & field e outros desportos.
Os resultados desta mudança-se fizeram-se sentir nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, onde 30% dos atletas utilizaram produtos da marca Reebok. Além disso, a marca desenvolveu importantes tecnologias para aumentar o desempenho, entre as quais a GraphLite (uma estrutura composta de grafite desenhada para suportar arcos leves), Dynamic Cushioning (uma palmilha desenhada para acolchoar calçados para exercícios de caminhada) e a Hytrel Foam (um material durável para acolchoamento e adequado para saltos).
Esta década marcou o início de uma estratégia importante para a exposição da marca britânica: os grandes contratos publicitários com atletas de nome como o jogador de basquete Allen Iverson e a tenista Venus Williams. Os contratos com grandes Ligas Profissionais começaram em 2001 com a NBA (durou até 2006) e em 2002 com a NFL (Liga Profissional de Futebol Americano), para licenciar produtos das equipes profissionais.
Em 2006 a Reebok foi vendida por 3.8 mil milhões de dólares à alemã Adidas. Demissões, reposicionamento de marca e revisão de metas de crescimento fizeram parte do projeto de resgate de uma empresa apática quanto à evolução do setor.
Em 2013, assiste-se a mais uma mudança radical, principalmente no posicionamento da marca no mercado: a Reebok vai deixando aos poucos a parte de desportos profissionais e mais tradicionais, como por exemplo, ténis, futebol e basquete para a Adidas, da qual é subsidiária, para focar-se no segmento de desportos relacionados a condicionamento físico (training, running, outdoor, yoga, dance e aerobics).